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O Ritmo do Corpo: Entenda Como a Crononutrição Pode Melhorar Sua Saúde

Nosso corpo é uma orquestra regida por um maestro invisível: o tempo. Desde os primórdios da vida nossos ancestrais aprenderam a decifrar esses ritmos e a ciência moderna, através da crononutrição, vem confirmando a sabedoria que nos foi passada. Não se trata apenas de o que comemos, mas de quando comemos – um convite para harmonizar nossa alimentação com a fisiologia natural do ser humano.


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A crononutrição, esse campo fascinante, é um braço da nutrigenômica, a ciência que explora a interação entre os alimentos e o nosso genoma, e também da cronobiologia, que desvenda os ritmos biológicos que ditam nossas rotas metabólicas e fisiologia ao longo do dia. E o que impulsiona essas mudanças? Os hormônios, verdadeiros mensageiros que se alteram continuamente, determinando cada processo em nosso organismo.


Entendendo os Ritmos da Vida: Circadiano, Infradiano e Ultradiano


O mais conhecido é o ciclo circadiano, o relógio interno que opera em um período de aproximadamente 24 horas, influenciando, por exemplo, o nosso padrão de sono e vigília. A luz solar, captada por uma região específica do cérebro chamada núcleo supraquiasmático, desempenha um papel crucial ao informar nossas células sobre o momento do dia, modulando rotas metabólicas. É por isso que a "cronodisrrupção" – a desorganização desse ciclo por excesso de luz (como telas à noite) ou barulho – pode ter consequências sérias, inclusive contribuindo para o acúmulo de células beta-amiloides, associadas a condições neurológicas como a Doença de Alzheimer. Manter a harmonia do ciclo circadiano é, portanto, essencial para a saúde do sistema nervoso.


Além dele, temos os ciclos infradianos, que operam em períodos maiores que 24 horas, como o ciclo menstrual feminino , e os ciclos ultradianos, que ocorrem em curtos espaços de tempo, como o ciclo cardíaco e a regulação da fertilidade masculina.


Matutinos x Vespertinos: Quem Você é e Quem Pode se Tornar


Já notou que algumas pessoas são naturalmente mais dispostas pela manhã, enquanto outras só "engrenam" no final do dia? Isso se relaciona aos tipos "matutino" e "vespertino". Os matutinos acordam cedo com energia e rendem mais pela manhã, enquanto os vespertinos preferem acordar tarde e têm seu pico de produtividade à noite.


Embora existam tendências naturais, a boa notícia é que podemos influenciar esse padrão com a crononutrição. Observa-se que transformar o hábito vespertino em matutino é mais fisiológico e se alinha melhor ao equilíbrio hormonal, o que está associado a uma manutenção de peso mais eficiente. Pessoas com hábitos vespertinos, que estendem a vigília e a alimentação pela madrugada, tendem a ter maior dificuldade em manter um peso saudável.


O Alimento no Horário Certo: Impacto no Peso, Humor e Imunidade


A relevância de uma alimentação coerente com os horários do nosso corpo é imensa. Ela impacta diretamente a manutenção do peso, o humor e a robustez do sistema imunológico. Tenho notado que a imunidade, por exemplo, tende a diminuir ao final do dia – basta ver como a febre de uma infecção geralmente se intensifica nesse período. Da mesma forma, a serotonina, ligada ao bem-estar, começa a declinar no final da tarde, podendo influenciar o humor e a irritabilidade.


A manutenção do peso é outro ponto crucial. Oferecer o alimento certo na hora certa permite que o corpo o utilize como energia, em vez de armazená-lo como depósito.


Jejum Inteligente e Crononutrição: Conflito ou Complemento?


Aqui, surge uma discussão interessante. Há uma percepção de que a crononutrição e o jejum inteligente (muitas vezes erroneamente chamado de "jejum intermitente") poderiam se opor. Artigos científicos sobre jejum demonstram seus benefícios, mas por vezes parecem conflitar com os da crononutrição. No entanto, a verdade é que o jejum inteligente foca em janelas de alimentação, não necessariamente em horários fixos para comer ou não comer. A janela é o que importa! Muitos que praticam o jejum inteligente tendem a pular o café da manhã por ser mais fácil e por terem menos fome nesse período.


A Refeição Matinal: Uma Perspectiva Ancestral


Para a crononutrição, a refeição matinal é vista como um momento estratégico. Ela atua na modulação de hormônios como a leptina, que impacta a saciedade e a termogênese (produção de calor e gasto energético). Quando o corpo aumenta naturalmente a glicose pela manhã – momento em que ela está mais baixa após o jejum noturno – isso modula a leptina e estimula a produção de CRH, um hormônio que, por sua vez, atua na hipófise, liberando LH e FSH, essenciais para a fertilidade.


E qual seria a fonte ideal? Dentro da perspectiva da alimentação ancestral, a frutose proveniente das frutas vermelhas (como mirtilos e framboesas) é uma excelente opção matinal. Elas fornecem o carboidrato necessário de forma equilibrada, sem gerar picos excessivos de glicose. Além disso, o cortisol, que atinge seu pico máximo pela manhã (nos dando a energia para "ir à luta"), pode ser modulado pela glicose, reduzindo seus níveis e mantendo o equilíbrio.


A Carne no Jantar: Uma Questão de Digestão e Ritmo


A digestão é um processo que também segue o ritmo do cortisol. Pela manhã, com o cortisol em alta, a produção de ácido clorídrico no estômago é mais eficiente, favorecendo a digestão. No entanto, ao final do dia, quando o cortisol diminui, a capacidade digestiva também se reduz. O consumo de carne vermelha à noite, por ser um alimento que demanda mais digestão pelo sua alta densidade nutricional, pode atrapalhar o sono, gerar refluxo e desconforto, uma queixa comum observada em muitos casos.


A última refeição ideal, segundo os estudos, deveria ocorrer cerca de duas horas antes de dormir. E o que consumir? A melatonina, hormônio associado ao sono, também tem um papel no sistema imunológico e, à medida que sua produção se inicia (por volta das 18-19h), o corpo começa a ter uma maior capacidade de utilizar a gordura como fonte de energia e uma menor sensibilidade aos carboidratos.


É à noite que ocorre o ciclo esteroidal, onde o colesterol se transforma em hormônios importantes como progesterona e testosterona, todos derivados de gorduras. Por isso, o consumo de fontes de gordura de alta qualidade, de origem animal e outras como coco (em lascas ou in natura) e abacate, em sua ceia ou última refeição, é uma excelente pedida. Acaso sejam ingeridos carboidratos devem ser de baixo impacto glicêmico, como os encontrados nas frutas vermelhas. O GH (hormônio do crescimento), que também é produzido à noite, pode ajudar na sensibilidade das células à glicose, desde que não haja um pico de açúcar.


A Alimentação Ancestral em Sincronia com o Corpo


No almoço, a flexibilidade é maior. É o momento de optar por boas fontes de proteína e gorduras, como diversas carnes, e no caso de carboidratos, sempre priorizando aqueles que não geram grandes picos glicêmicos e de forma alguma ultraprocessados.


E o treino? O melhor horário para a atividade física, do ponto de vista da crononutrição, é pela manhã, aproveitando os picos hormonais de testosterona e GH. Contudo, a adaptação individual é fundamental. Com estratégias de modulação é possível treinar em outros horários e ainda colher os benefícios.


A crononutrição, aliada aos princípios da alimentação ancestral e do jejum inteligente, oferece um caminho poderoso para uma saúde plena. Entender e respeitar os ritmos do seu corpo é a chave para otimizar sua energia, humor, peso e imunidade.


Quer aprofundar seu conhecimento sobre como sua alimentação pode transformar sua saúde e bem-estar? Explore outros artigos do nosso blog e continue nessa jornada de descobertas!


Eu sou Amélia Bretas,

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